quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O cartel inexistente nas gasolineiras


A Cepsa, a Repsol e Galp segundo apurou o Económico vão voltar a mexer nos preços dos combustíveis para cima! De facto pouco mais há a salientar acerca deste assunto, uma vez que a verdade está à vista, nos mercados internacionais, tanto em Londres como em Nova Iorque os preços do barril do crude continuam abaixo dos 50 dólares por barril e estas companhias em vez de reporem os preços ao nível que se encontrava antes da escalada e quando se encontrava a este preço, não, aumentam, mantendo os valores em níveis bastante mais elevados ao que seria o seu preço mais justo. Além de tudo isto não é novidade nenhuma que estamos em crise económica e financeira e este tipo de medidas das gasolineiras só revela a sua ganância e completo alheamento da realidade, seguramente muitas empresas de transportes poderão ter que fechar portas devido a mais este encargo, ou então a despedir trabalhadores para poderem sobreviver. Não me esqueço das palavras do líder da Autoridade da Concorrência quando disse que não havia cartelização após uma investigação para apurar a existência ou não desta situação e a despreocupação do Governo com esta matéria. A economia portuguesa quer queira-se quer não, depende ainda e muito ( infelizmente ) deste combustível fóssil, agora, é absolutamente inconcebível que tanto uma autoridade que se diz "independente" e um governo que deve defender os interesses do seu povo manterem uma atitude passiva perante este facto que já dura à bastante tempo. Confesso que na época da liberalização dos preços dos combustíveis julguei, certamente como muitos portugueses, que esta fosse benéfica para o consumidor, uma vez que iria haver a partir de então concorrência e pudesse resultar numa baixa de preços, contudo tal não aconteceu, ora a culpa é da alta dos preços nos mercados internacionais, ora depois ainda estão a pagar o crude que ainda era caro, etc. Então e agora ? O preço que aumentam agora também foi comprado caro ? Segundo as companhias gasolineiras o preço é um reflexo dos valores do crude de há 2 meses ( justificação dada aquando da queda avultada dos preços dos combustíveis para não procederem em conformidade ), então basta recuar a Dezembro e facilmente se verá que os preços já estavam baixos e nem se diga que houve aí uma semana em que subiu um pouco ou outras desculpas do género. Urge uma intervenção rápida do Governo português para defesa dos nossos interesses e caso as gasolineiras teimem em manter estes preços, é simples, revoga-se a portaria que liberalizou o comércio de combustíveis e regressa-se ao modelo anterior de fixação estatal dos preços máximos de venda ao público.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

FreePort(ugal)

Que estamos em plena crise económica já é um dado adquirido, que Portugal já enfrenta um aumento da criminalidade, prevista pelo Procurador-Geral da República no final do ano passado também é verdade. Contudo, no decorrer deste mês de Janeiro surgiu ( de novo ) o caso Freeport que já ameaça com outra crise para Portugal, depois da chegada da crise económica, da crise social, provavelmente poderemos estar prestes a assistir a uma crise política. A existir, esta não se deverá pelas políticas do governo nem pelo apoio ou não a estas, mas sim por um caso já nosso conhecido em 2005 aquando das eleições legislativas e que agora regressa à ribalta. Assiste-se agora a um julgamento mediático de José Sócrates ainda antes de se se provar se o actual Primeiro-Ministro, na altura Ministro do Ambiente, teve alguma implicação em qualquer ilegalidade. Nesta situação considero que se aplicam as palavras proferidas pelo PM noutra ocasião quando disse que "poderia haver muitas outras razões para censurar o governo, mas esta não seria uma delas certamente", para o caso em análise julgo ser uma afirmação totalmente adequada, uma vez que se podemos criticar diversas opções deste executivo, não considero justo que se possa descer tão baixo em argumentação democrática e tentar deliberadamente retirar um governo eleito pelo povo através de factos ainda não provados. O PM como qualquer cidadão merece o direito de se defender daquilo que é acusado e se houver provas da sua culpa, então nesse caso sim a justiça deverá actuar, convém ainda não esquecer que este género de factos ( não sendo provados ), na minha óptica, apenas servirão para distorcer a verdadeira vontade do povo, fazendo com que esta se baseie em elementos que facilmente poderão funcionar como deturpadores da vontade real daquele, pois poderá ser aproveitado até pelo próprio governo em seu proveito, por via da vitimização. Qualquer situação destas é de se evitar, pois o exercício da democracia não é brincadeira nenhuma ( embora às vezes pareça ) e nós, portugueses, ao participarmos neste processo, temos que entender que somos nós quem tem o poder para escolher quem nos governa e que está tudo nas nossas mãos. Em suma, o que pretendo transmitir é, em primeiro lugar, que ninguém deve ser julgado sem provas; em segundo lugar, não devemos deixar que insinuações e boatos contaminem a nossa verdadeira liberdade, se achamos que o governo foi mau, trabalha-se pela mudança ( palavra mágica por estes dias ), se se entende que a política seguida é a correcta, aja-se em conformidade.