quinta-feira, 7 de maio de 2009

Agressões de Maio

Em vésperas do início da campanha eleitoral para as Europeias, eis que no dia 1 de Maio o cabeça de lista do PS, o Doutor Vital Moreira, se dirige a uma manifestação convocada pela CGTP-IN e acaba por ser agredido por alguns elementos mais exaltados. Esta situação levou a que o PS e PCP ( partido mais influente no seio daquela estrutura sindical ) se envolvessem em troca de acusações e, em que o candidato do PS se diz à espera de um pedido de desculpas por parte da direcção do Partido Comunista. Ora, à luz desta situação e para podermos fazer uma análise o mais imparcial possível temos que fazer menção de um conjunto de factos que não podem ser esquecidos. Em primeiro lugar, o Doutor Vital Moreira como se sabe é um ex-militante do PCP ( foi mesmo deputado por este partido à Assembleia Constituinte ), tendo dele saido em ruptura por finais dos anos 80, algo que pelos vistos não é bem digerido por muitos militantes comunistas mais radicais. Em segundo lugar, o canditato socialista sabia que sendo o dia que era ali haveria uma grande concentração de pessoas descontentes com o governo do partido que o apoia, daí que já sabia o que o esperava. Em terceiro, surpreende-me a falta de preocupação em identificar os indivíduos que protagonizaram tal acto. Em quarto, gostaria de deixar uma pergunta, e se em vez do candidato socialista, o agredido fosse algum militante do PCP ou do BE ou um sindicalista, não iria haver a mesma reacção por parte destes, alegando até que estariamos de regresso ao Estado Novo ou algo assim ? Daqui se pode concluir que foi arriscada a ida do candidato do PS à manifestação, pois era bem provável que houvesse tentativas de manifestantes mais exaltados de partirem para a violência, o que não deixa de ser condenável, pois não deixa de ser um crime contra a integridade física de outra pessoa. Por outro lado, a atitude de indiferença e menosprezo por parte do PCP pelo ocorrido, enquanto os outros partidos condenaram de imediato aquela ocorrência, talvez por ainda não ter sido digerida a sua saída à 20 anos atrás... Mas volto a questionar, qual seria a atitude do PCP no caso de ser algum militante seu ou um sindicalista a ser agredido? Agora o importante é o povo português não se deixar ir em vitimizações ou ódios, votar sim, mas de consciência livre e de cabeça fria, o voto é a nossa arma e esta não pode estar viciada.