sábado, 19 de setembro de 2009

Eleições legislativas


A oito dias das eleições legislativas temos já em mãos duas sondagens que mostram que o empate técnico anunciado há uma semana atrás se está a desfazer, com vantagem para o PS. No entanto, tendo em conta a experiência passada das sondagens nas Europeias deste ano convém olhar para estes números com prudência, até pela percentagem elevada de eleitores indecisos e, fundamentalmente, porque uma sondagem não passa disso mesmo. Certamente este será o pensamento da líder do PSD, acreditar numa reedição das eleições europeias, em que as sondagens davam vitória ao PS e depois veio-se a confirmar o contrário. Por outro lado também não nos esqueçamos que naquela altura os cabeças-de-lista também tiveram influência na própria campanha. Agora é diferente, os "cabeças-de-lista" são os próprios líderes partidários e, ainda que se discutam programas, cada vez mais as eleições legislativas se traduzem na prática, na eleição do primeiro-ministro e não dos partidos que vão compor o Parlamento, não se olha tanto para a sigla do partido mas sim para a pessoa que o lidera. Voltando às sondagens, estas agora dizem-nos que o PS e PSD se estão a distanciar, muito provavelmente já pela própria acção de campanha dos partidos durante esta semana, se por um lado o PSD aparece a descer nas intenções de voto, tal coincide com uma subida do PS e do CDS-PP, ou seja, o eleitorado mais ao centro do PSD pode tender a votar PS e o mais à direita pode sentir-se seduzido pela campanha de Paulo Portas, uma vez que a campanha do PSD está longe de correr bem, são os casos da compra de votos, as "bocas" do líder do JSD à licenciatura de José Sócrates, etc. . À esquerda, o BE tem uma votação mais expressiva ( na sondagem da católica, 12% ) muito à custa do eleitorado socialista descontente e, provavelmente, alguma transferência de eleitorado da CDU que também aparece com uma descida face à semana passada. Destaque também, na sondagem da católica, para o facto de os partidos sem representação parlamentar, terem a real possibilidade de elegerem um deputado, reforçando ainda mais a ideia da dispersão dos votos que se espera nestas eleições.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

O mundo à beira de um ataque de espirros


Como não poderia deixar de ser, o tema da Gripe A tinha que ser trazido a lume. Todos os dias sem excepção, os noticiários e agentes de informação, seja na Internet ou nos Jornais, contabilizam o crescente número de casos do vírus H1N1 em Portugal e pelo Mundo. Em consequência disto, a população está a entrar em estado de pânico, entupindo a linha da Saúde 24 com chamadas devido a dúvidas e possíveis sintomas de Gripe que possuam. Ora, relembre-se que os sintomas são idênticos à Gripe "normal" e, por aí se entende a preocupação das pessoas, contudo, é rídiculo o tipo de cobertura que está a ser feito a este fenómeno pelas nossas agências de informação, pois, comparativamente com Espanha, Reino Unido ou os EUA ( países onde até já se registaram mortes derivadas desta doença ) o nosso grau de cobertura é bastante superior, não se conseguindo entender quais as vantagens deste excesso de informação. Recorde-se que já em 2002, no nosso país "houve" um surto de Meningite e, diga-se que houve "entre aspas", pois aquela vaga se deveu a uma necessidade das farmacêuticas fazerem escoar um stock significativo de vacinas contra a dita doença que em breve passariam de prazo e iriam provocar prejuízos a estas companhias, a estratégia de então passou por colocar a comunicação social a relatar os casos de Meningite que se verificavam pelo país, tendo-se verificado na altura uma corrida à vacinas. Além do mais, fica a pergunta, os casos de Meningite pararam em Portugal ? É que salvo uma ou outra excepção nunca mais se ouviu falar da doença! Epidemias existem, mas se a comunicação social quiser pôr a população a pensar num tema é simples! Também deixo outra questão, como se sabe, a Gripe sazonal também mata, em média por ano morrem cerca de 1700 pessoas em Portugal, sendo que em 2003 até morreram 3822 pessoas com esta doença ( idosos, doentes crónicos.. o mesmo grupo de risco para a Gripe A ), mas ninguém deu por estes dados, nem ninguém pensou em usar máscara para sair à rua! Imaginemos que agora nos noticiários começava a ser feita uma contagem das pessoas que morrem no país a cada minuto, certamente andariamos todos com medo de morrer! O maior perigo desta doença é o vírus H1N1 ganhar defesas e subsistir e, aí sim, a situação será mais perigosa. Considero muito positivo que se previna já e que se façam esforços nesse sentido, agora a estratégia usada pelas nossas estações de televisao para dar a conhecer o que se passa é de lamentar.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Agressões de Maio

Em vésperas do início da campanha eleitoral para as Europeias, eis que no dia 1 de Maio o cabeça de lista do PS, o Doutor Vital Moreira, se dirige a uma manifestação convocada pela CGTP-IN e acaba por ser agredido por alguns elementos mais exaltados. Esta situação levou a que o PS e PCP ( partido mais influente no seio daquela estrutura sindical ) se envolvessem em troca de acusações e, em que o candidato do PS se diz à espera de um pedido de desculpas por parte da direcção do Partido Comunista. Ora, à luz desta situação e para podermos fazer uma análise o mais imparcial possível temos que fazer menção de um conjunto de factos que não podem ser esquecidos. Em primeiro lugar, o Doutor Vital Moreira como se sabe é um ex-militante do PCP ( foi mesmo deputado por este partido à Assembleia Constituinte ), tendo dele saido em ruptura por finais dos anos 80, algo que pelos vistos não é bem digerido por muitos militantes comunistas mais radicais. Em segundo lugar, o canditato socialista sabia que sendo o dia que era ali haveria uma grande concentração de pessoas descontentes com o governo do partido que o apoia, daí que já sabia o que o esperava. Em terceiro, surpreende-me a falta de preocupação em identificar os indivíduos que protagonizaram tal acto. Em quarto, gostaria de deixar uma pergunta, e se em vez do candidato socialista, o agredido fosse algum militante do PCP ou do BE ou um sindicalista, não iria haver a mesma reacção por parte destes, alegando até que estariamos de regresso ao Estado Novo ou algo assim ? Daqui se pode concluir que foi arriscada a ida do candidato do PS à manifestação, pois era bem provável que houvesse tentativas de manifestantes mais exaltados de partirem para a violência, o que não deixa de ser condenável, pois não deixa de ser um crime contra a integridade física de outra pessoa. Por outro lado, a atitude de indiferença e menosprezo por parte do PCP pelo ocorrido, enquanto os outros partidos condenaram de imediato aquela ocorrência, talvez por ainda não ter sido digerida a sua saída à 20 anos atrás... Mas volto a questionar, qual seria a atitude do PCP no caso de ser algum militante seu ou um sindicalista a ser agredido? Agora o importante é o povo português não se deixar ir em vitimizações ou ódios, votar sim, mas de consciência livre e de cabeça fria, o voto é a nossa arma e esta não pode estar viciada.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O cartel inexistente nas gasolineiras


A Cepsa, a Repsol e Galp segundo apurou o Económico vão voltar a mexer nos preços dos combustíveis para cima! De facto pouco mais há a salientar acerca deste assunto, uma vez que a verdade está à vista, nos mercados internacionais, tanto em Londres como em Nova Iorque os preços do barril do crude continuam abaixo dos 50 dólares por barril e estas companhias em vez de reporem os preços ao nível que se encontrava antes da escalada e quando se encontrava a este preço, não, aumentam, mantendo os valores em níveis bastante mais elevados ao que seria o seu preço mais justo. Além de tudo isto não é novidade nenhuma que estamos em crise económica e financeira e este tipo de medidas das gasolineiras só revela a sua ganância e completo alheamento da realidade, seguramente muitas empresas de transportes poderão ter que fechar portas devido a mais este encargo, ou então a despedir trabalhadores para poderem sobreviver. Não me esqueço das palavras do líder da Autoridade da Concorrência quando disse que não havia cartelização após uma investigação para apurar a existência ou não desta situação e a despreocupação do Governo com esta matéria. A economia portuguesa quer queira-se quer não, depende ainda e muito ( infelizmente ) deste combustível fóssil, agora, é absolutamente inconcebível que tanto uma autoridade que se diz "independente" e um governo que deve defender os interesses do seu povo manterem uma atitude passiva perante este facto que já dura à bastante tempo. Confesso que na época da liberalização dos preços dos combustíveis julguei, certamente como muitos portugueses, que esta fosse benéfica para o consumidor, uma vez que iria haver a partir de então concorrência e pudesse resultar numa baixa de preços, contudo tal não aconteceu, ora a culpa é da alta dos preços nos mercados internacionais, ora depois ainda estão a pagar o crude que ainda era caro, etc. Então e agora ? O preço que aumentam agora também foi comprado caro ? Segundo as companhias gasolineiras o preço é um reflexo dos valores do crude de há 2 meses ( justificação dada aquando da queda avultada dos preços dos combustíveis para não procederem em conformidade ), então basta recuar a Dezembro e facilmente se verá que os preços já estavam baixos e nem se diga que houve aí uma semana em que subiu um pouco ou outras desculpas do género. Urge uma intervenção rápida do Governo português para defesa dos nossos interesses e caso as gasolineiras teimem em manter estes preços, é simples, revoga-se a portaria que liberalizou o comércio de combustíveis e regressa-se ao modelo anterior de fixação estatal dos preços máximos de venda ao público.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

FreePort(ugal)

Que estamos em plena crise económica já é um dado adquirido, que Portugal já enfrenta um aumento da criminalidade, prevista pelo Procurador-Geral da República no final do ano passado também é verdade. Contudo, no decorrer deste mês de Janeiro surgiu ( de novo ) o caso Freeport que já ameaça com outra crise para Portugal, depois da chegada da crise económica, da crise social, provavelmente poderemos estar prestes a assistir a uma crise política. A existir, esta não se deverá pelas políticas do governo nem pelo apoio ou não a estas, mas sim por um caso já nosso conhecido em 2005 aquando das eleições legislativas e que agora regressa à ribalta. Assiste-se agora a um julgamento mediático de José Sócrates ainda antes de se se provar se o actual Primeiro-Ministro, na altura Ministro do Ambiente, teve alguma implicação em qualquer ilegalidade. Nesta situação considero que se aplicam as palavras proferidas pelo PM noutra ocasião quando disse que "poderia haver muitas outras razões para censurar o governo, mas esta não seria uma delas certamente", para o caso em análise julgo ser uma afirmação totalmente adequada, uma vez que se podemos criticar diversas opções deste executivo, não considero justo que se possa descer tão baixo em argumentação democrática e tentar deliberadamente retirar um governo eleito pelo povo através de factos ainda não provados. O PM como qualquer cidadão merece o direito de se defender daquilo que é acusado e se houver provas da sua culpa, então nesse caso sim a justiça deverá actuar, convém ainda não esquecer que este género de factos ( não sendo provados ), na minha óptica, apenas servirão para distorcer a verdadeira vontade do povo, fazendo com que esta se baseie em elementos que facilmente poderão funcionar como deturpadores da vontade real daquele, pois poderá ser aproveitado até pelo próprio governo em seu proveito, por via da vitimização. Qualquer situação destas é de se evitar, pois o exercício da democracia não é brincadeira nenhuma ( embora às vezes pareça ) e nós, portugueses, ao participarmos neste processo, temos que entender que somos nós quem tem o poder para escolher quem nos governa e que está tudo nas nossas mãos. Em suma, o que pretendo transmitir é, em primeiro lugar, que ninguém deve ser julgado sem provas; em segundo lugar, não devemos deixar que insinuações e boatos contaminem a nossa verdadeira liberdade, se achamos que o governo foi mau, trabalha-se pela mudança ( palavra mágica por estes dias ), se se entende que a política seguida é a correcta, aja-se em conformidade.